terça-feira, 19 de julho de 2011

a telepatia e outras formas de comunicação


foto: Leandro Taques/UOL

meus pensamentos estão tão intensos que no silêncio você me pergunta se eu falei alguma coisa. eles não dependem mais da minha voz para serem transmitidos.

acredito que as pessoas devem ter coragem para seguir o caminho do coração, por mais longo e tortuoso que este possa parecer num primeiro momento.
se você começar a utilizar cada vez mais este meio de comunicação, tudo será sincrônico e sagrado. por mais tempo que isso leve. paciência.

utilizamos nosso cérebro para decodificar as emoções/informações recebidas pelo coração. então quanto mais abertos os canais entre cérebro e coração, os chamados chacras, mais sabedoria teremos.
quando estivermos aptos a ouvir com cuidado o coração, passearemos em seus caminhos selvagens com doçura, leveza e desapego. então retornaremos de nosso mergulho com cada vez mais sabedoria.

leio pouco, comparado ao tanto de momentos em que me permiti realmente estar num lugar e aceitar toda a existência como sua cúmplice do real presente. o agora.

escrever e fotografar os caminhos selvagens do meu coração é a forma de eu externar e assumir o meu apego à efemeridade da beleza da vida. é linda. ponto. quando você descobre que toda a beleza se aproxima da aceitação e da paz interior você está tomado de amor.

o amor é a soma de todos os elementos químicos. é o resultado se formos somar todas as equações existentes. mas vamos ficar doutrinados a fazer as contas até quando? se realmente sabemos a resposta de tudo que nos conecta, por que nos fingimos de bobos e começamos a fazer contas? apego.

apego à matéria, aos sentidos, a existência.

segunda-feira, 14 de março de 2011

questionamentos da 5ª série - fernando franciosi


questionamentos da 5ª série - fernando franciosi

imagens: andré baliú
edição: stéphany mattanó

música: juízo final (élcio soares/nelson do cavaquinho)

MOB (Arte Bicicleta e Mobilidade)
de 16 de março a 22 de maio no
museu de fotografia - cidade de curitiba - solar do barão

ARTEBICIMOB.ORG

sábado, 19 de fevereiro de 2011

sobre como construímos nossos sonhos

quem não se emociona com tal cena, põe o dedo aqui!!!
até a própria beyoncé, a própria encarnação da beleza na terra...
vamos por tópicos:
* mito do casamento - achar alguém que te complete, que seja a sua metade.
o casal do bem, que galgou arduamente os degraus do "american way of life" e chegou lá demonstram estarem completos, numa cerimônia de casamento imperial.
* mito da princesa - beyoncé, musa nacional é coroada rainha negra. isso pra mim é muito emocionante, ainda mais eu sendo brasileira e afro descendente. tem muito de áfrica e de brasil nos quadris desta mulher.
* o "american way of life" se instaura em dimensões astrais quando sabemos que o casal de união estável não deixará a pátria, no caso os filhos, desprotegidos. temos a sensação de segurança, conforto, enfim, de estar sendo salvos de algum perigo.
* uma música que reforça o sentimento de propriedade, de pertencimento, de final feliz.

o grande perigo das minhas e talvez suas lágrimas ao ver este vídeo é com relação aos tópicos que eu acabei de citar. imagine que cada frase que eu citei fosse um título de um programa/software instalado no seu cérebro/computador. você não pensa nestes programas para viver normalmente, mas eles estão rodando dentro de você. quando você se depara com esta cena, por exemplo, que foi construída milimetricamente para ser perfeita e acionar uma emoção que você nem pensava que tinha. isso, a emoção.

a emoção é o fluído principal de comunicação do mundo das idéias. ele é o óleo do nosso corpo/ máquina. só a arte é capaz disso. beyoncé é uma linda artista. e o que vale mesmo é que ela sonha parecido comigo ou com você que tá lendo. ela também espera um final feliz. ela também tem esperança.

estamos doutrinados a pensar neste modo patriarcal como solução para nossos problemas?

ciclofônica


Orquestra Ciclofônica de Curitiba from Stéphany Mattanó on Vimeo.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

carnaval


VERMELHO II from Stéphany Mattanó on Vimeo.

Imagens: André Baliú
Performance e Edição: Stéphany Mattanó

performance desenvolvida em maio de 2010 em Itacaré/BA, no período de residência artística "Projeto do Ar", de Cathy Pollini e Guilaume Lauruol.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

fuck andor


FUCK ANDOR from Stéphany Mattanó on Vimeo.

Realização:
InterluxArteLivre - IAL

Argumento vídeo:
Stéphany Mattanó
Fernando Rosenbaum

Edição:
Stéphany Mattanó

Imagens:
André Baliú
Stéphany Mattanó

Stills:
Gus Banke

Em ação:
André Baliú
André Mendes
Conde Baltazar
Elenice Guimarães
Fernando Franciosi
Fernando Rosenbaum
Goura Nataraj
Gus Banke
Jaime Vasconcelos
Juan Parada
Marcelo Adriano Gorinski
Mauricio Vieira
Patrick Belem
Seu Zeba
Stéphany Mattanó
Thiago Martins
Tuca Kawai
Vanessa Múrio

Crianças:
Celeste Mendes
Pedro Mattanó Baliú
Sofia Ananda Brand


Curitiba, 19 de setembro de 2010.


uma produção independente IAL

sábado, 27 de março de 2010

ODE AO TECLADO ou a chuva

só meu computador me consola...que tipo de vibração esses teclados sentem? quantos dedos, ansiosos, twitando desesperadamente uma presunção de busca de sentido... ele não é unidirecional... se há busca de deus, seja ele qual for, está na essência da coisa...a matéria é mais uma camada de toda a vibração cósmica. cada caractere reverbera no infinito seja qual for minha energia, luz ou linhas de idéias. a amarração disso tudo consiste em não tocar uma camada na outra. quanto mais suaves forem seus pensamentos, mais leves serão as vibrações ENTRE camadas. aí que moram seus sentimentos. meus sentimentos. eles não podem tocar violentamente o espaço. quem violenta esta lei, sofre esta vibração extrema das camadas todas. terremoto no chile. 12 mil pessoas a estar sofrendo por estes maus pensamentos.
só meu computador me consola... o andré disse que se acabar tudo em 2012, não rolar energia elétrica, o que eu vou fazer com um machintosh? nada meu bem. que as minhas palavras aqui registradas possam reverberar positivamente pra coisa como um todo. eu acredito na mudança total de paradigma. começo por agradecer a chuva de hoje, que bom que ela ainda não é chuva ácida, nenhum avatar azul vai pular aqui no meu quintal. a não ser que eu me pinte de azul. boa performance. vou convidar o ângelo pra fazer junto porque ele adora azul. eu amo azul. preciso terminar de pintar o meu quarto de azul.
quanto ao teclado, isto começou com um agradecimento profundo ao teclado. esta plataforma, nave espacial dinâmica nos leva tão suaves quanto um antigo papel e caneta. se não tiver energia elétrica vou adorar desenhar um grande e-mail de giz no chão da minha rua. poesia concreta. esta chuva tá bem pra poesia concreta.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Um ano depois - parte 2

segunda-feira, dia 01 de dezembro de 8005.
Aids, no more. Só hoje. Só o Paulinho vai entender esta piada. Acabo de saber do Célio aqui em Amsterdan que o Paulinho tatuou “só hoje”, em seu corpo. Este ato foi presenciado e apoiado por sua namorada nova. Disse que é uma espécie de religião essa do “só hoje”. Será por abstinência, ou pela carreira nossa de cada dia?
Ok. Melhor guardar só pra mim. Ou exatamente ao contrário.
Quero performar na frente do Madame Tussod esculpindo-me em argila como um manifesto em prol do cidadão não-popstar a pleitear seu lugar de “desconhecido” na galeria do Madame Tussod. Eu sei que lá as estátuas são feitas de cera. Mas vai ser um ato em prol de todos os seres não-popstar existentes no mundo. Parece egóico num primeiro momento. Um pouco mártir demais pro meu tamanho. Mas a maioria vence. Pedirei assinaturas pro meu manifesto e deixarei escrito meu conceito. Hoje performavam na frente do Madame Tussod: um homem vestido de “O Máscara”, um louco acorrentado numa camisa-de-força, que batia seu objeto de auto-flagelação no chão e um Aladin mais pra frente. Minha idéia necessita registro em vídeo. Pirei muito com a gaita de boca do Célio. Quem sabe eu não peça uma participação do aleijado da gaita de boca ou pra menina da ponte com acordeon? Toquei uma música sertaneja na gaita de boca. Poderia ser beijinho doce. Poderia ser uma cena dos “Dois Filhos de Francisco”. O Josh disse que a minha música parecia Gospel. Ok. Mudemos de assunto.
Olhar um caralho conservado em formol mudou a minha vida. Este pote junto com fetos de animais como vaca ou cavalo, ou peixes conservados (e não eram rolmops) faziam parte da exposição que adentrava o salão de tatuagem, o qual depois de amanhã terá o meu corpinho disposto feito um filé na mesma cadeira onde já deitou Kate Moss, e Mel C. das Spice Girls. Ganhei uma tatuagem de formiga pela minha visita à Amsterdan. Eu diria que este caminho foi sonhado pela minha pessoa e agora só estou vivendo esta dádiva. Explico. Tudo começou com a visita ao Museu do Salvador Dalí em Figueras. Mas não que comece exatamente aí, mas a vida faz questão de me dar inúmeras indicações de como fazer o meu caminho iluminado de volta. Preciso voltar aos meus 11 anos e o meu primeiro contato com a obra de Dalí. A persistência da memória. Minha irmã fazia trabalho de artes. Ela pedia inúmeras referências ao seus alunos e num passe de mágica me supreendo com seu universo. Culpa dele, ou minha, ou da Gala, ou das formigas. Eu colecionava formigas na minha infância. Era uma compensação de uma criança urbana sem animais de estimação. Entendo. Entendo também minha vontade de transformar minha vida num cinema. E que eu encontre o Tarantino no mercado, oras bolas! Ele pode ser essas pessoas que já vem à Amsterdan faz muito tempo, e que já acha que no verão esta cidade é over demais pra ele, quem sabe ele tenha nascido no outono, como eu, e decida sentir este frio nesta época do ano. Pode ser exagero meu, mas na sequência de eu confessar este meu apego ao cinema ao Josh, simplesmente me deparo com uma gravação de TV. Eu contei, na seqüência a ele sobre o fato de eu ter presenciado o exato momento em que gravavam um take de um homem correndo com uma arma em paris. Eu fiz parte da cena. Quero fazer parte da cena do meu filme que faço todo dia quando acordo. Ou quando durmo. Minha vida é um sonho. Dias de sonho em Amsterdan. “Só hoje” parece que eu vivi uns 3 dias em um. E a primeira cena do filme: Andando em Amsterdan à noite com o som da igreja tocando. Última cena (pode ser uma animação): Uma onda gigante (40m) toma Amsterdan. Daqui uns 80 anos. Anúncio na pré-estréia do curta(que também pode ser o título do filme): "A partir de amanhã, pela minha pele, passeará eternamente uma formiga”. Culpa de quem? Nenhuma. Nenhuma culpa na cidade que sente a instabilidade e a escuridão da água que corre debaixo dos vossos pés.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Um ano depois...

Se eu tivesse como postar que volta no mundo eu dei pra chegar a este post, exatamente um ano após a apresentação do Solução em Portugal. Eu prometo a mim mesma (assim o peso da promessa fica restrito a minha pessoa) que eu tentarei colocar a minha vida em dia neste blog. Olha como eu era tão dedicada ano passado. Jornalista de mim. Deixei de cobrir altos furos de reportagem, que só a "Caras Curitiba" deu conta de registrar. Mas algo me consola na minha relação espaço-tempo: é que eu não estou nem aí pra isso! Bóra lá, continuar a alimentar este espaço virtual, ainda bem que ele não morreu de fome nem está com qualquer sentimento de saudades ou de mágoa por eu ter esquecido dele. Ele é somente um meio. Um portal.
Abaixo está feito o convite pra vocês conferirem o Solução pela última vez(!?), porque eu não quero estar apresentando esta mesma peça quando eu tiver 60 anos, ok? Cinco anos de processo está muito bom pra mim.
Ah, mais embaixo está meu texto original sobre o Solução, pois muitos jornalistas se apropriaram, recortaram, colaram e publicaram algo muito diferente do que eu quis dizer na net.

E você... O que fez para salvar o mundo hoje?
Você acordou, escovou os dentes com a sua super pasta branqueadora, bebeu e comeu de uma forma light, e vai trabalhar com a sensação de dever cumprido. Paga impostos, e estes devem estar indo para o lugar certo: sensação de tranquilidade sem gordura trans.
Quando começamos a pensar em “Solução para todos os problemas do mundo” estávamos cientes de que se tratava de uma incógnita para não ser resolvida, que seria como um grande vômito do que havíamos consumido sem precisar. Consumimos muito mais do que precisamos, e estamos longe de solucionarmos os nossos problemas básicos, pois estamos envolvidos demais com problemas periféricos à nossa real necessidade; refletimos sobre a violência no país sob a visão de algum jornalista, compramos opiniões fáceis para, enfim, sermos vulneráveis à oferta da sandália modelo verão.
Se este texto tivesse trilha sonora, ela seria cantada por Gal Costa: "Você diz a verdade e a verdade é seu dom de iludir". Se nós o transportamos a uma realidade paralela, nós temos o dom de iludir. Refletimos o quanto é fácil vender verdades e o quão difícil é encontrar uma (será que ela existe?). Para salvar o mundo, você primeiro tem que salvar o seu. Criar sua ilusão. Descobrir a sua verdade.

domingo, 26 de outubro de 2008

Um texto que escrevi e nunca enviei - resposta à críticas ao trabalho "Solução Para Todos os Problemas do Mundo"

Uma observação sobre Solução para todos os problemas do mundo, escrita a partir de uma crítica recebida em setembro de 2007.
Curitiba, 26 de setembro de 2007.
Parafraseando a Beti Carvalho num programa que vi ontem na MTV (Music Television – fonte inspiradora do trabalho): a alegria do povo brasileiro não pode ser encarada como forma de alienação ou ignorância, e sim como uma atitude de resistência, uma fonte para transcender a condição miserável que vivemos. Se for embasar os motivos pelos quais escrevi o solução para todos os problemas do mundo certamente irei falar de resistência. Havia acabado um casamento na época (abril de 2005) e passava por dificuldades financeiras. Não muito diferente de agora, pois o que o cachê resultante do diálogo com a dança ainda não paga as minhas contas. Mas por que cargas d´agua eu dialogo com esta tal de dança contemporânea? Porque eu arrisco minhas brilhantes idéias, como você mesmo cita, muito similares, senão iguais aos programas de TV aos olhos de quem pesquisa o movimento? Porque eu não vou ser uma publicitária em SP e resolver logo a minha pendenga com grana e deixo este troço de arte pra depois? Porque acredito na resistência. Acredito que assim como eu, muita gente no nosso país transcende sua situação miserável pela alegria e pelo gozo. Não por um dogma religioso ou anti-religioso, que nos empurra contra a parede com um lápis de olho na mão e um par de all stars no outro, obrigando a gente a se tornar cada vez mais EMO. Aliás o que é isso agora? Vocês são conceituais e emo?! Eu sou conceitual e emo?! Tenho all star e uso franja. Tenho sacadas geniais. Porém, meu trabalho não pára nas sacadas geniais. O que vocês viram foi fruto de dois anos de experimentação em cima das nossas sacadas em confronto com as sacadas da audiência. É um trabalho árduo de maturação da linguagem de senso comum transformando-se em trabalho corporal também pelas mãos da audiência. Ela veste a máscara, levanta para bater palma e no final toma opinião. Ela TOMA OPINIÃO. E o trabalho não vem trazer a solução para todos os problemas do mundo. O trabalho sublinha em NEGRITO, ITÁLICO, SUBLINHADO E CAPS LOCK a inércia de um povo que ainda compra todas as fórmulas mágicas de alegria vendidas em tubos, potes extra-vácuo, supositórios, etc.
Ainda com relação ao riso. Pois bem, há os que se identificam com as referências do trabalho e os que não. Agora sejamos sinceros. Dentro do limite territorial que a dança contemporânea abrange, há algum indivíduo que não conheça Michael Jackson? Sim, a pessoa que viu Solução Para Todos os Problemas do Mundo criou um grau de identificação para acreditar em um mundo melhor com uma fórmula instantânea. A performance é recheada destas soluções. Isto nos interessa muito.
Consideremos pois o tiozinho que estava passando na rua e nunca foi ao teatro. Solução foi feito pra ele também. Para que este indivíduo, representante de uma massa de brasileiros, possa se relacionar com a informação abordada sem que esta pare num vidro blindado chamado academicismo.
Estar falando para este cidadão não é estar subestimando meu trabalho nem estar sendo menos reflexivo. Todos os dias acordo e durmo reafirmando que eu quero levar arte cada vez mais para um número maior de pessoas. Mas estas pessoas não precisam pertencer a mesma camada social. Porque minhas questões não pertencem só a uma camada intelectual. Minhas questões podem (e devem) dar um soco na mesa, mas sem que eu precise fazer a ação literalmente ou explicar didaticamente porque eu escolhi (ou não) dar o soco. Acredito que brincar em cima de coisas “sérias”, de fato é a minha escolha e a minha escola. Voltando ao riso: Solução não objetiva em nenhum momento ser engraçado. A descontração dos performers diante de assuntos tão delicados é mais um canal para o diálogo “descontraído” com a audiência. Podemos entender a partir disso, duas escolhas claras para que a audiência também se responsabilize pela informação compartilhada: referências acessíveis + descontração.
Partindo deste canal aberto, podemos revisitar, juntamente com a audiência, o que a gente consumiu na última década (século passado) como solução mágica. Podemos rir ou chorar do precioso tempo que passamos diante da TV. Podemos olhar para a evolução das soluções, pra o presente cheio de mensagens subliminares e para o futuro anúncio da coca-cola projetado na lua cheia. A escolha é nossa. A solução não, pois ela deve ter sido patenteada.
foto: Gil Grossi
Solução Para Todos os Problemas do Mundo, será apresentado no Cine-Teatro de Estarreja, Portugal, dia 01 de novembro de 2008, às 22hrs, mais informações no site : http://www.cineteatroestarreja.com

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

sp em windows - feliz 1 mês


esta é pra quem não viu o Show do Táctil Ü no SESC da Esquina
a música foi composta em maio, durante o evento Coletivo Corpo Autônomo, São Paulo, quarto 803, hotel Century Paulista.

quarta-feira, 5 de março de 2008

quatro são um

Foto: Alessandra Haro
Arte: Henrique Faria
Minha espiritualidade passa pelo meu quarto. Mas tenho rezado em outros lugares também. Lembrei da idéia de permanecer em oração. Meu corpo ora hoje. Hoje meu corpo reza seu sexo, reza o ser por inteiro. Hoje eu me sinto mais completa. A falta era do ar que eu não respirava. Me preencho com o ar. Me sinto completa. Troco. Recebo. Oro por mim e por todos. Todos são um. Eu sou tudo e tudo sou eu. Princípio da plenitude. Corpo. Eu sou meu corpo. Meu corpo é vivo. Opto pela vida. Sou uma, duas, três, quatro. Meu coração tem quatro partes. Quatro é um: quatro estações, quatro apoios, quatro pontos cardeais que orientam-me. Continua.

terça-feira, 4 de março de 2008

ATO III - UMA CASA DE BONECAS - IBSEN

Tenho um dever, igualmente sagrado... Meu dever para comigo mesma... Creio que antes de tudo o mais eu sou um ser humano - tanto quanto você o é... ou de qualquer modo tentarei tornar-me um. Sei muito bem que a maioria das pessoas concordaria com você, Torvald, e sei que você tem um alvará nos livros; porém não posso mais ficar satisfeita com o que a maioria das pessoas diz, e com o que está nos livros. Preciso pensar por mim mesma e tentar entendê-las.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

terça-feira, 27 de novembro de 2007

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

DESMISTIFICANDO MARGARIDA

Mulheres artistas não são princesas

Princesas não existem

Modelos são princesas

Modelo é profissão. Árdua assim como a de um pedreiro. Construir em si mesma uma estética.

Ser artista é profissão, diferente da de modelo.

Modelos vão pra novela.

Artista contemporânea brasileira lava e estende roupa após temporada no Rio e em São Paulo.

Artista contemporânea brasileira interrompe qualquer serviço doméstico por uma boa idéia passada para o computador.

Artista contemporânea brasileira lamenta um homem vê-la como um projeto de princesa.

Homem lamenta o desmoronamento de seus projetos.

Princesas vendem muito, ainda mais se elas ainda tiverem boa capacidade de reprodução.

Vou terminar de pendurar meu vestido.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

SOBRE COCÔS E OBRAS


Obra de Adler Murad
Foto de Stéphany Mattanó

Ainda com relação ao intercâmbio CuritibaXTeresina...
Adler Murad(PI), presenteou o Couve-Flor com este quadro. Quando eu vi Linda pela primeira vez não poderia prever o quão horrível seria sua história. Começando pelo excesso de bagagem que Linda deu no vôo de volta de Teresina pra Curitiba.
Após alguns dias traumatizada com seus quilinhos a mais, chegou tranqüilamente ao Cafofo Couve-Flor (sede do Coletivo Couve-Flor) pelas mãos de Ricardo Marinelli.
Só que o pior (ou melhor) estaria por vir...
Não sabíamos que no cafofo morava uma pomba. E ela se diferenciava das pombas-padrão, pelo seu senso estético e sagacidade de adentrar locais aparentemente herméticos. Ela nos visitava com certa regularidade para estravazar seu impulso criativo no chão de nosso estúdio.
Não sei também até onde vai esta coisa de direitos autorais neste caso, mas a protagonista de nossa história é co-responsável pela criação da obra, uma vez que num impulso de extrema criatividade, joga seus próprios dejetos em cima da pintura a guache de Adler.
A princípio, o coletivo Couve-Flor ficou na dúvida se contataria Adler para informar de tal abuso por parte da pomba, ou mesmo, se poderíamos começar uma segunda interferência, que seria a de apagar a ação da pomba do histórico da obra.
Procurei Alder pelo MSN e tratei de tirar esta dúvida. Ele me pediu que respeitasse a ação da pomba, uma vez que ela saíra da condição de apenas observadora para deixar sua marca na história da arte.
Até o fechamento deste texto não consegui falar com a pomba, nem ao menos saber seu nome. Fui seguindo algumas pistas que levarão a resolução deste caso:
* impulso criador semelhante ao de Pollock;
* perda da condição de autora
* assume a condição de anônima como questionamento no papel da identidade como fator essencial para existência de uma obra. a obra existe se não podemos identificar o autor?
* ela representa o movimento de centralização do ambiente das pombas na cidade de Curitiba?
* ela representa a classe marginal das pombas que super povoam os grandes centros das grandes cidades?
* esqueçamos toda a questão artística e concluímos que esta é uma história pessoal da pomba contra Linda?
Continua...

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

POP-HIPNOTIC-MACHINE - NÃO PERCA



Conforme divulguei abaixo, hoje é uma boa oportunidade para você conferir o meu trabalho chamado POP-HIPNOTIC-MACHINE. Como faixas de um cd, divido as diferentes situações em que coloco o meu corpo durante a performance. Comecei essa pesquisa lá em Teresina e as situações são, propositadamente, pensadas para esta realidade em que habitei durante três quentes semanas (do dia 11/08/07 à 31/08/07).
Foi a primeira oportunidade de imersão para pesquisar um trabalho solo, fora o tempo que tive dentro da Casa Hoffmann (jul2003 - dez2004). Vieram muitas questões à tona que, certamente se deram através da fricção cultural gerada pelo intercâmbio de duas realidades contrastantes: Curitiba-Teresina.
Assim como eu, mais cinco integrantes do coletivo Couve-Flor - Minicomunidade Artística Mundial (Elisabete Finger, Gustavo Bitencourt, Michelle Moura, Neto Machado e Ricardo Marinelli) tiveram a mesma oportunidade de vivenciar seus processos criativos neste projeto que teve o apoio da Fundação Cultural de Curitiba para custear (através de edital) nossas passagens até o Piauí.
Este projeto de intercâmbio Núcleo de Criação do Dirceu http://www.nucleodecriacaododirceu.blogspot.com/ e Couve-Flor - Minicomunidade Artística Mundial teve seu início durante o projeto Couve-Flor Tronco e Membros (2006), quando acessamos o blog do Núcleo. Nos interessamos em contactá-los, para saber mais sobre suas ações. Em março deste ano, durante a Mostra do Rumos Itaú Cultural - Dança, SP, o coletivo encontrou-se com o coordenador do Núcleo de Criação do Dirceu, Marcelo Evelin, e vimos a urgência deste intercâmbio. Já em junho, recebemos no Cafofo Couve-Flor quatro integrantes do Núcleo de Criação do Dirceu que se interessavam em vir pra Curitiba para pesquisar seus trabalhos (Bide Lima, Elielson Pacheco, Janaína Lobo e Layane Holanda).
Desenvolvemos uma grande relação de troca de processos criativos, tanto no período que eles estiveram conosco e quando fomos pra lá. A circulação de outros artistas na investigação de cada um, foi um exercício que ambos os coletivos se propuseram, na medida em que abríamos nossa pesquisa a olhares que, "com franqueza e generosidade"- como diria Cris Bouger- somaram idéias e questionamentos.
Mais detalhes das experiências Teresinenses em outro post.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

POP-HIPNOTIC-MACHINE - onde começa sua história


ENCONTRO COM COUVE-FLOR SOBRE RESIDÊNCIA ARTÍSTICA EM TERESINA

Dia 17 /10/2007– quarta-feira - RUA DA CIDADANIA BOA VISTA – av Paraná 3600 - 19hr
Dia 18/10/2007– quinta-feira – CAFOFO COUVE FLOR – r Presidente Faria 600 – 19hr

ENTRADA FRANCA

**Para quem tiver interesse em saber mais das pesquisas dos artistas do Couve-Flor - Minicomunidade Artística Mundial é só aparecer!!!!**

domingo, 23 de setembro de 2007

Polly e Zolly em: TOME OPINIÃO



Vídeo que compõe o trabalho "Solução Para Todos os Problemas do Mundo".
Concepção: Stéphany Mattanó
Polly e Zolly: Stéphany Mattanó e Neto Machado
Assessoria: Cândida Monte
Câmera: Gustavo Bitencourt
Arte: Fernanda Grecco Sass
Edição: Stéphany Mattanó
Assistência Edição: Henrique Faria
Apoio: Cena Hum, Par ou Ímpar, Tempo Arte.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

CASE-SE COMIGO = COMPRE UM TERRENO

Foto: Stéphany Mattanó

Finalmente chove em Curitiba. Após período de seca, um aumento significativo na temperatura, volto a ver o céu cinza-azulado dos meus 8 anos. Ok. Me emociono com meu novo-velho lustre que o André acaba de parafusar no teto do meu quarto. O lustre é este na foto abaixo e, daltônicos, é vermelho. O saco de Josephine é vermelho.

Foto: Stéphany Mattanó

sábado, 15 de setembro de 2007

Cozinha maravilhosa da Stéphany

Incrivelmente as coisas se organizam sozinhasobservo atentamente
o novo piercing
de repente ele...
tropeça e cai numa panela bem quente

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Um dia para se colocar em negrito

Em meio a tantos acontecimentos, Stéphany volta ao início do mês da sua agenda para uma singela ilustração.

E eu sei lá por que cargas d´água você veio parar aqui?

Ok, grupo Google, vc realmente me convenceu que agora preciso ter um blog. Agora está em Português, tudo está mais fácil e realmente percebo que a formulação deste passo-a-passo deixa-me à vontade para experimentar este novo recurso. Este é um dos inúmeros caminhos para se tornar público. O ser humano precisa sair da casca sob algum aspecto. Nem que seja saborear o um "novo" sabor de democracia. A liberdade de se chegar ao único grupo que controla todas as suas informações digitadas, tendo o poder de criar links para tudo que você escreve. Será que meu nome não está indo para a base de dados das pessoas que questionam as ações do grupo Google? Será ele realmente um oráculo confiável? As lentes que focavam para o cinema, para a televisão estão se voltando para nós. Você ainda não tem uma webcam? Ou pelo menos já publicou alguma foto sua na rede? Então. Nossa vida privada está se tornando pública. Está se tornando interessante aos olhos de qualquer um. Veja só, quantas pessoas estão buscando algum tipo de solução para algum tipo de problema? Então se você é esta pessoa, faço questão de me apresentar, sou Stéphany Mattanó, artista, e neste espaço você poderá saber um pouco mais da minha vida e do meu trabalho.